Dois jogos para decidir todo o torneio não foi o suficiente para passar a fase seguinte . A primeira tentação é pensar na decisão do jogo, mas o momento em que tal adquire maior carga emocional, dramática mesmo, é quando esse jogo decide ou não a passagem a fase seguinte. Os 2 últimos jogos juntou-se 9 golos, e sofremos 1. Duas derrotas e duas vitorias. Caiu a equipa de Cantanhede, a equipa que, em campo, durante esses 40 minutos de drama, demonstrou, claramente, mais medo. Terá sido também aquela com o adversário mais dificil....nós! Bastava-mos ganhar com Cordinhã num jogo "vergonhoso". Perdemos. E começamos logo a perder os estribos - organização no 2º periodo. Perdemos a passagem as meias-finais.
Mas nada se resolve apenas no lado emocional. Esse medo tem transfer táctico e, em campo que também teve o nosso team, traduziu-se numa equipa volante de movimentos que espelhou-se ao cumprimento : a quase dogmática opção pelo inexistente duplo-pivot. Criticou-se a mera questão posicional, ao facto de dois jogadores ficarem quase sempre recuados e não serem antes os alas, em diagonais ou um avançados.
Certo é, que antes de iniciarmos o nosso 3º jogo, alguns já colocavam em duvida os nossos valores futebolisticos perante 2 derrotas pesadissimas. A mensagem de ordem foi Recuar para pegar no jogo e começar a construir desde posições trás. Ter uma dupla de bom pivot, João e Luis, e nesta dinâmica, fica um processo defensivo fiavel. Assim, surgiu o ritmo do jogo cadenciado de trás para frente. Perdíamos bola e recuávamos logo a seguir. Chegou. Marcamos e ganhamos sempre !!!
Mais motivado, os acinzentados saíram, assim, do fosso da mediocridade equipa onde estava antes do último jogo com o Enxofães. Ganhou no sábado 3X0, jogando com grande classe defensiva. Com André limitado, a lançar o ataque e Miguel a comer o meio-campo com boa distribuição. Algo que nunca tinha acontecido. Ao intervalo 0X0 e o EMocional a funcionar com o sistema reticular (vigilancia/atenção/ concentração), mesmo quando existia algumas ameaças. Como tinhas um modelo mais estático em termos tácticos e seguros, conseguimos acelerar o passo com subidas dos pivot a numerar mais o ataque. Mantivemos os traços, mas com o tradicional duplo-pivot (João-LUis) que seguraram melhor as rédeas do quinteto desde trás. Existiu esboçou de estratégia como por exemplo André ao entrar de inicio para trabalhar e cansar a defesa adversária. No banco, Tó Zé, lotto, J.Guilherme médios-avançados com qualidade para um projecto de jogo tão ambicioso deram muito a fazer logo que entraram para manter o mesmo ritmo, na mesma táctica e com as mesmas ambições ..... Ganhar aos adversários.
Contra o Cantanhede, no final, o abraço sentido, ainda no ring, de quem poderia ter facturado pelo menos 10 golos e com o amargo sabor de paragem forçada. Nos 2 jogos desse fim de semana estivemos bem diferentes e mostramos que éramos uma equipa sim... simpática... obvio... mas que daqui para frente nunca mais iríamos cometer os mesmos erros.
Durante boas horas no sábado os jogadores permaneceram no Catito. A afeição é esta mesmo da equipa com copos, lágrimas e aplausos. Arrepiante. O futebol é mesmo enorme!