O sistema de marcação não é, por si próprio, um esquema de jogo, mas tem uma grande influência na sua expressão no rectangulo de jogo. Mais do que impedir a outra equipa de jogar, é a forma de controlar o jogo e os espaços quando a bola está na posse do adversário. Nesse jogo estratégico de “fechar espaços”, uma equipa pode optar por várias formas de marcação, mas o mais importante é fechar caminhos para impedir que os jogadores contrários descubram a baliza. As marcações individuais não têm essa visão colectiva da colocação defensiva. São, por definição, uma mera perseguição a jogadores adversários. Ou seja, quem marca “ao homem” corre por onde o adversário quer. A outra forma de marcação (a chamada marcação “à zona”) tem um conceito diferente, no qual primeiro do que o jogador, está o espaço. Assim, o grande segredo passa por ocupar primeiro as parcelas (zonas) do campo no qual o adversário pode entrar e criar perigo.
O jogo veloz e ofensivo dos Brancos sentiu na pele essa redução do espaço no jogo contra os Pretos. Mais do que fazer um jogo defensivo, caindo em cima dos jogadores Brancos, o quinteto Preto lia primeiro os espaços por onde eles podiam entrar e, entrando neles, reduziam-no. Ou seja, de repente, os espaços de jogo “encurtavam-se” e a explosão de J.Guilherme ou André, as fintas de Luis e os remates de Loto e João, deixaram de encontrar tempo e espaço para aparecerem no jogo. No fundo, traduz-se na redução do tempo e espaço para executar. As grandes equipas do futebol moderno dominam essas bases que são, no jogo, quase como um contra-sistema.
Sabemos que cada jogo obedece, claro, às suas “nuances estratégicas” mas esta opção é mais do que isso. Porque altera a personalidade da equipa sobretudo quando os Pretos tem funcionado como uma equipa "camaleão". Um “plano de jogo” a partir do adversário e dos jogadores "camaleões/emprestados". Jason mais do que médio próximo dos outros médios, foi um médio próximo da sua defesa, o seu lugar afinal porque imperial para parar a ofensiva Branca ....como já tinha acontecido a 2 jornadas atrás.
Com precisão quase cirúrgica os Pretos foram tapando caminhos e escondendo a sua baliza com um Zé a Grande, a espreita... Como guia espiritual deste “sangue frio” defensivo, mas mais ofensivo Miguel. Um jogador que serena a equipa em cada bola que toca ou em cada…espaço que entra... embora por vezes queira perder a "cabeça".
O futebol é, em termos de choques em campo, uma sucessão de duelos entre defender e atacar e Flavio conseguiu vencer! Tende-se apenas a entender a criatividade quando ligada ao ataque (e aos avançados) revelando no entanto uns Pretos com uma grande pontinha de sorte nos ressaltos ganhos e Ganhos ainda... Gabi foi discreto mas eficaz na sua simplicidade de jogar. Não é justo para os Brancos que lutaram defendendo mal e Mal ainda... Os defesas (e sua forma de defender) também podem ter imaginação nessa tarefa (criatividade) por parte dos Brancos e por parte dos Pretos. É a chamada “criatividade defensiva”. A estranha “arte de roubar espaços” até quase fazer desaparecer o rectângulo de jogo a vista.... e quem soube executar a perfeição este papel foi Jason nesta Jornada que fez sem duvida a diferença na equipa Preta arrombando o resultado dos Brancos para um 8X6.
Empate de vitorias .... aguardando jornadas da Pascoa e Pascoela !!!