‘Não deves esquecer que um
beijo continua a ser um beijo, um suspiro apenas um suspiro. O
fundamental impõem-se com o passar do tempo (Play it again, Sam!,
Casablanca).’
De regresso as competições a Juventus começou o ano 2014 a ganhar. Três pontos que poderão ser muito criticado nos vermelhos, quando já se falou em mudar estrategicamente as equipas. - e o Blog respira novamente - É
com baixo o ritmo que o Vermelhos acabaram o jogo. Sempre que sentiram ter o jogo controlado e que o
adversário não era capaz de causar perigo iminente, ganharam vantagem no marcador e excelente defesas de Zé Grande (a ganhar forma). É uma avaliação
arriscada porque uma coisa é controlar o jogo (manter organização
defensiva sólida), outra é controlar o resultado.
O golo, gesto técnico ditado pelo instinto ágil de resolver
problemas com bola, não nasceu, construí-se. Quando a bola vinha no ar, o
suspiro dos Pretos era para a dominar. A forma como, depois, remataram , nasceu de um futebol pensado, .... moderado para não deixar a impulsividade surgir no ultimo espaço-tempo.
Uma vitoria destas plana sobre todo um "único" jogo como ser superior, mas, em campo, houve vida para além desse poema de futebol. Não acreditamos que esse baixar de ritmo Vermelho resulte de uma fraqueza estrutural. É o instinto futebolístico-animalesco dos jogadores em campo a
farejar o perigo (ou a falta dele) que os estimula ou não. Contra Pretos,
por exemplo no Ano 2013, houve pouca baixa rotação táctica porque teve os sensores de
detecção de perigo sempre ativos. Um estimulo que transforma o jogo da
equipa e provoca diferentes sensações em relação a ela... e supremacia.
Os Pretos fizeram um jogo interessante até
ao momento em que tinha de pensar na baliza e descobria-se facilmente
que essas ideias não se aplicavam a partir da grande área, ou seja últimos 12 metros como por vezes víamos o Chico sacudir a bola. Deu-se pouca
profundidade, sem um verdadeiro ponta-de-lança provocando um jogo de trás para frente. De boas intenções está o meio-campo cheio e oportunidades criadas. Quase se cai no erro do Quim ser o seu substituto! De qualquer forma, não poderia existir melhor prenda da equipa ao J.Guilherme que festejou seu aniversário.
Nesta euforia, podemos prever o próximo resultado? Sei é que o fundamental se impõe de reestruturar com o passar do tempo. É certamente uma ideia não consensual para todos mas a democracia é assim mesmo. Por isso,
mesmo que o ritmo tivesse sido o Chá-chá-chá, recordamos a mítica letra que,
em Casablanca, Bogardt pedia a Sam, pianista, para tocar várias vezes.
Porque se um beijo é só um beijo, um golo é só um golo. Como um suspiro.
Bogardt procurava despertar sentimentos. Como o melhor futebol deve
fazer e proporcionar melhor prazer a todos em campo e no tempo.