Castanhada em dia de Magusto em Brancos que sofreram 8 golos contra 4 dos Pretos

Em dia de Magusto é  humano sentir o cheirinho as castanhas arredondar o Pavilhão Ançãnenese e deixar alguns atletas carregar o pesado enjoo sofrido pelos Brancos. Há jogadores que, por si só, tiveram a força de levantar uma perna quando o adversário Preto passeava no rectângulo de jogo. Quando ao Team Preto a revolta aconteceu com o regresso de elementos temíveis em boa forma. É então natural que tenha com eles alcançado uma vitoria especial...em dia de Magusto por 8X4.

Ismaiel é o tipo de jogador que acelera o bater do coração adversário. De cabeça bem assente nos ombros desta vez, colocou a disposição da sua equipa a sua potência e principalmente o sentido posicional em campo assumindo desde logo uma posição central defensiva.  Flavio confessou-o: “Foi por aí que montamos a equipa defensivamente...(ou coisa parecida)". Uma posição central bem assumida que foi alternando com Gabi, revelando  capacidades defensivas  Pretas reforçadas. Esse posicionamento, porém,  envolveu toda a estratégia da equipa para o jogo com  um Grande guardião Quim (emprestado). Deve-a, claro, adequar nesse ponto específico de marcação (compensações, superioridade zonal, antecipações) fazendo jogar toda a equipa, Miguel na contenção/organização de bola e Tó Zé a abrir perfeitamente terreno para Flavio entrar..., ao ponto de não temer pelo adversário.

Os Brancos não cairam no homem-a-homem simples mas quando a marcação não é também zonal...afinal, quem marca quem?”. E, assim, a preocupação natural pela acção dos jogadores adversarios (ou seja, o  perigo ofensivo) devorou toda a ideia de jogo do colectivo Branco. Difícil de entender numa equipa que se tinha revelado muito forte na organização defensiva. Impossível de entender a descoordenação provocada na equipa. Efeitos tácticos e mentais, portanto num jogo onde reagiram emocionalmente.... e até como se tivessem jogado pela primeira vez em conjunto!

Que sentimento terá entrado na cabeça dos jogadores dos Brancos antes da "castanhada" sofrida. Pois ,no apito inicial, os jogadores começaram a ganhar ou perder o jogo na cabeça onde o fisico nem respondia. João já anunciava cansaço e perda de paciência principalmente quando os passes não lhe chegavam aos pés, desarticulado com a sua dupla Luis por sua vez arriscou dribles sem poder físico para os acompanhar. Loto sem grandes erros defensivos partilhando a desarticulação existente, arriscava em passes difíceis  deixando intercepção fácil do adversário... mesmo assim espetou 2 "castanhitas". André e J.Guilherme não tiveram mãos a medir nem pés a alcançar uma  bola  pouco domada. Falhanços flagrantes de André e remates  de J. Guilherme sem perigo a baliza de Quim (mais uma vez emprestado)) para fazer tremer as redes. Os guardiões Puma (debilitado) e Zé Grande (em SOS) não salvaram a equipa sem capacidade de inibição e de exibição.

Os Pretos, tacticamente mais fieis à sua identidade (perdida em tempos!), atropelou uns Brancos tacticamente perdidos à sua personalidade. Isto é, os Pretos não derrotaram os habituais (fortes) processos defensivos do Brancos, nem anulou os seus normais (perigosos) processos ofensivos. Derrotou e anulou uma equipa ideologicamente adulterada por uma não-estratégia montada excessivamente em função de um adversário que pensavam ainda debilitado/doente de táctica.

Nesta estrada táctica, os jogadores Pretos levaram o jogo para uma dimensão que nem os Brancos conseguiram revirar em termos de explosão ofensiva. A razão base está na exploração da velocidade técnica-arranca de jogo.

O nosso futebol tem, na cabeça dos jogadores, códigos individuais e colectivos que estão antes de qualquer táctica embora, muitas vezes nasçam de uma cor Branca ou Preta. Cruza os dois factores para surgir um acinzentado. Saber como se fazem as coisas (porque o jogo tomou tal rumo) pode fazer toda a diferença. Porque nela está a diferença no futsalquinta entre a bravura Preta e o apático Branco em noite de S. Martinho 2010.

Pretos: Ismaiel, Flavio, Miguel, To Zé, Quim (emprestado), Gabriel

Brancos: J.Guilherme, André, João, Luis, Loto, Zé Grande, Puma (emprestado)